quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Filho Ingrato


Certa vez estive viajando por esse Brasil a fora quando me vi no sertão numa estrada de chão. Era tarde umas três horas, de repente meu carro quebrado fechei os vidros deixei ali encostado e ajuda fui eu procurar quando eu vi uma casa ali perto o lugar era deserto pelo trilho comecei a andar, estava pertinho por ajuda fui.
Gritando a casa parecia abandonada a porta não estava trancada eu abri e fui entrando, na entrada logo vi que alguém morava ali, pois tinha uma cama velha, duas panelas na prateleira num canto um banco encostado o fogão de lenha do lago e a moringa era a geladeira de repente ouvi um gemido entrei e vi um velho caído que me disse com voz estremecida meu filho senti se aqui do meu lado só ouça e fique calado a historia de minha vida, eu era um rapaz faceiro o rei dos boiadeiros tinha vida pra dar e vender na viola eu era um açoite trabalhava dia e noite só não sabia ler e escrever mim apaixonei por uma garota chamada Tereza e no dia do nosso casamento dançamos ate noite adentra e eu fazia meus planos vou construir nossa casinha criar gado, criar galinha nem que demorasse muitos anos mais ai veio à tristeza a minha querida Tereza o filho não pode suportar foi sentindo a dor do parto que ai nesse mesmo ela partiu e com Deus foi morar fiquei eu e o menino, tracei eu ali o seu destino e jurei a ele estudar nem que eu tivesse o sacrifício se fosse pro seu beneficio ate o sangue eu iria derramar, mas quem tem Deus não se apura mesmo levando uma vida dura eu não podia me queixar eu era muito valente o menino inteligente arroz e feijão nunca iria faltar lembro como se fosse hoje agora ele chegando da escola no dia do ano e com a sua simplicidade mim disse: pai eu quero entrar na faculdade, pois é esse o meu plano e se foi para a cidade grande mim deixando aqui tão longe pra vencer no seu futuro eu fazia economia trabalhava noite e dia para manter o seu estudo se passaram quatro anos e eu na roça lutando numa vida muito dura, mas ao céu eu agradeci pela graça que recebi, pois chegou o dia da sua formatura vesti meu terno de estopa eu não tinha outra roupa no meu pé meu velho sapatão com as unha sujas de terras pulei vales, cruzei serras para ver meu filho receber a sua formação fui chegando à cidade e com a minha simplicidade no salão eu fui entrando quando vi meu filho do lado. Tava bonito, tava arrumado e pro seu lado e fui andando eu fui com os braços aberto mais na hora ele saiu de perto com uma cara risonha criticou minha roupa velha, as unhas sujas de terras falou que de mim estava com vergonha foi embora e mim deixou ali num canto dos meus olhos escorreu pranto e no meu uma grande dor pois ali me desprezava quem eu tanto ajudava no fundo do meu amor fui saindo do salão cruzei aquela multidão com o peito cheio de tormento então voltei para esse casinha para tocar minha vidinha esquecer meu sofrimento hoje estou velho eu sei, de tanto que trabalhei da minha dor que parece uma ferida o meu filho eu não vi nunca mais, hoje deve ser doutor o senhor dos tais e eu aqui no fim da minha vida mas vá, parte agora e se um dia encontrar meu filho por essa estrada diga a ele que aquele terno de estopa que usei no dia da sua formatura e o mesmo terno que usei no dia em que me casei com aquela que morreu para lê dar a vida e é com aquele que vou para a sepultura diga também que foi com aquele velho sapatão que eu trabalhei e tirei desse chão o sustento do seu futuro e as unhas sujas de terras representa o anel de formatura de quem nunca teve estudo e por fim diga a ele que eu lhe perdou que por Deus eu lhe abençoe não reclamo a minha cruz, foi tão grande o meu sofrimento mas não se compara em nenhum momento ao sofrimento de JESUS
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Alunas: Maísa, Mágna e Aline. 3ª "A"

3 comentários:

  1. Esse texto é bastante bonito e emocionante!!
    Gostei muito!!

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  2. Parabenizo os Alunos por ter postado esse texto
    pois esse tipo de texto pode fazer-nos refletir muito sobre nosso dia-dia pois maoria das vezes somos engratos pois Deus nosso pai faz muito por nos e oque nos fazemos por ele?
    e também pelo o que nossos pais terrenos fazem por agente faz de tudo para nos dar os estudos
    e nos nao damos valor brincamos, perdemos tempo,
    ao invez de dar valor e aproveita a oportunidade que eles nao tiverao... Ass:Carlos César 3°"A"

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